Boa tarde a todos.
Com’è bella la sera. È una famiglia.
Quero abrir a minha saudação com este verso de Anna Maria Carpi, a poetisa italiana que em breve será nossa convidada. La sera (o anoitecer) como momento de encontro é bela, sempre, mas esta noite quisemos que fosse belíssima, para prestar homenagem à grande família que é a comunidade criada nos últimos anos à volta da Embaixada de Itália em Lisboa: as instituições portuguesas, os compatriotas, os amigos de Itália, os artistas convidados, os nossos parceiros nas muitas iniciativas que realizámos e realizaremos.
E gostaríamos de começar esta noite por oferecer-vos uma amostra da criatividade e do gosto italiano que costuma caracterizar as nossas iniciativas. Em relação às edições anteriores, a novidade deste ano é o concerto. Uma extraordinária homenagem ao maestro Ennio Morricone, com a música e as imagens que fizeram a história do cinema. E com o oboé, o mesmo que Morricone sempre usou!, por volta das 21 horas, desligaremos as luzes e os motores para nos presentearmos com um momento de magia, com que nos despediremos.
Mas o Dia da República Italiana estender-se-á depois a toda a comunidade de Lisboa e aos seus habitantes – e turistas – internacionais com uma exposição dedicada às fotógrafas italianas que inaugura a 7 de Junho, na Galeria Municipal Avenida da Índia, e que vos convido a não perder!
Em suma, uma celebração extensa, e intensa, com a qual celebramos não só os 77 anos do referendo em que os italianos elegeram como forma de governo a República, mas também um novo ano de excecional diálogo e colaboração entre Itália e Portugal. Uma colaboração desenvolvida também no contexto da União Europeia, onde ficou provada a necessidade de estarmos unidos e solidários para enfrentar os momentos delicados que nos envolveram nesta conjuntura histórica singular. Referi-me anteriormente ao termo “família”, e é uma palavra decisiva para representar o sentido de solidariedade reforçada no seio da UE que permitiu partilhar recursos, experiências, conhecimentos para proteger as nossas populações e apoiar as economias afetadas pela Covid, mas também para apoiar a Ucrânia face à brutal agressão russa perpetrada contra ela. Um sentimento de solidariedade que nos fez realmente sentir como um valor fundamental o privilégio de pertencer à família europeia. Um sentido de proximidade que também nos valeu no diálogo mais estritamente bilateral entre Itália e Portugal, que envolveu as mais diversas esferas, política, económica, cultural e científica. Também o empenho desta Embaixada foi dirigido a apoiar esta qualidade acrescentada nas relações bilaterais. Desde os mestres da arte renascentista (projetados em videomapping no Castelo de Sâo Jorge), aos unicórnios da Web Summit, temos promovido a nossa sintonia com uma série de eventos que seria impossível enumerar agora aqui. Eventos que envolveram cientistas, investigadores, designers, mas também a filosofia, a arte antiga e moderna, a poesia, até à música experimental, desde Il Giardino Armonico aos mais recentes compositores italianos. Falámos do sector aeroespacial como motor de desenvolvimento e da inteligência artificial em diversas aplicações (mas não pensem que eu tenha recorrido ao ChatGPT para escrever este discurso) e ainda visitámos juntos o Mantegna no Museu de Arte Antiga e ouvimos Dante na interpretação teatral extraordinária de Toni Servillo.
Gostaria também de referir expressamente o grande resultado da assinatura do Memorando através do qual o italiano passou a ser não só uma língua de estudo nas escolas portuguesas, mas também uma disciplina de exames nacionais para aqueles que o solicitem. A língua é, de facto, o que nos permite compreender plenamente as nossas culturas mútuas e contribuir, a um nível generalizado, para alimentar a amizade entre os nossos dois povos, entre dois países que foram pátria de grandes artistas, poetas, exploradores, escritores, músicos e pensadores que influenciaram o curso da história.
Uma história que, no seu futuro próximo, gostaríamos que fosse de paz, e digo-o evocando aquele “sentido de mais vasta solidariedade ” de que falava Altiero Spinelli no seu manifesto europeísta. Foi com este desejo que em março trouxemos a Portugal a tocha beneditina “Pro Pace Una”, que foi recebida com extraordinário entusiasmo até no Parlamento português.
Insomma, e lo dico ora nella mia bella lingua italiana, ci siamo stati e ci siamo, con entusiasmo e spirito di sinergia, contribuendo a creare un ponte solidissimo di opportunità tra i nostri due Paesi in grado di sostenere la sempre maggiore qualità di relazione nel nostro solidissimo rapporto. E mi rivolgo qui in particolare ai connazionali italiani e agli amici portoghesi il cui lavoro quotidiano ha concorso a raggiungere vette mai toccate nel nostro interscambio, che con un poderoso balzo del 28%, ha superato l’anno scorso i 9 miliardi di euro, e che quest’anno cresce ancora a ritmi altissimi. Di questo straordinario risultato voglio ringraziare le imprese, ma anche tutto il sistema Italia qui rappresentato, che include tra gli altri anche la Camera di Commercio italiana, l’ICE e l’Istituto Italiano di Cultura, che con noi hanno lavorato per sostenere il raggiungimento di questi eccezionali primati.
Non vi rubo altro tempo perché lo spirito di sinergia con cui operiamo, in un “vivere all’Italiana” diffuso, è tutto evidente qui stasera, aleggia su questa festa che abbiamo potuto realizzare con il contributo dei nostri sponsor, che ringrazio pubblicamente per la loro generosa disponibilità.
Dunque, buona serata a voi, e che la festa cominci!
Viva l’Italia, viva il Portogallo e viva l’amicizia tra il Portogallo e l’Italia!